Em um evento recente em Nova York, Elon Musk, o bilionário proprietário da rede social X (anteriormente conhecida como Twitter), fez declarações contundentes. Ele criticou as empresas que retiraram seus anúncios do X, alertando que isso poderia levar ao fim da plataforma de mídia social.
Musk acusou as empresas que aderiram a um boicote publicitário contra o site de tentar chantageá-lo. “Vão se *****”, disse ele durante uma entrevista no evento promovido pelo The New York Times.
O boicote publicitário ocorreu após Musk ser acusado de antissemitismo em uma postagem na própria rede social. Apesar de pedir desculpas pela postagem, Musk disse que poderia ser a coisa “mais idiota” que ele já compartilhou online.
No entanto, foi a resposta de Musk a uma pergunta sobre o boicote publicitário por parte de empresas como a Disney, a Apple e a Comcast que causou agitação durante o evento. “Não quero que eles anunciem”, disse Musk no DealBook Summit do New York Times. “Se alguém vai me chantagear com publicidade ou dinheiro, vão se *****!”
Musk também disse que os anunciantes poderiam acabar com o X. “O que este boicote publicitário vai fazer é matar a empresa”, disse ele. “O mundo inteiro saberá que esses anunciantes mataram a empresa e documentaremos isso detalhadamente”.
Linda Yaccarino, presidente-executiva da X, estava presente no mesmo evento e foi acusada de tentar trazer de volta os anunciantes à plataforma. Em resposta às declarações de Musk, Yaccarino repostou a fala de Musk em sua conta no X, classificando o episódio como uma “entrevista sincera”. Ela disse ainda que o “X está permitindo uma independência de informação que é desconfortável para algumas pessoas”.
“Somos uma plataforma que permite que as pessoas tomem suas próprias decisões”, escreveu Yaccarino. Musk visitou Israel depois de, no mês passado, parecer apoiar uma teoria da conspiração antissemita em sua conta no X.
“Sinto muito por aquele tuíte… pode ser literalmente a pior e mais idiota postagem que já fiz”, disse ele.
O boicote, no entanto, não está relacionado apenas a essa postagem. Antes mesmo do incidente, muitos anunciantes já haviam decidido gastar seu dinheiro em outro lugar.
Em uma entrevista à BBC em abril, Musk disse que “quase todos eles [anunciantes] ou voltaram ou vão voltar”. Três meses depois, ele reconheceu em uma postagem no X que a receita publicitária havia caído 50%.
Pouco antes, o grupo de monitoramento progressista Media Matters publicou um relatório que afirmava ter encontrado provas de que anúncios no X estavam sendo colocados ao lado de conteúdo nazista.
O X diz que o relatório do grupo “deturpou a experiência real do usuário de X”, a fim de “minar a liberdade de expressão e enganar os anunciantes”. A plataforma entrou com uma ação judicial contra a Media Matters.
É difícil imaginar que os comentários de Musk possam fazer com que os anunciantes recuem.
Não está claro quanto da receita da X vem atualmente de anúncios, porque se trata de uma empresa privada que não publica mais relatórios trimestrais. Mas antes de Musk assumir o comando da empresa, a publicidade representava cerca de 90% da receita do Twitter.